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Entidades de pesca têm indícios de lavagem e desvios, mostra Coaf

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Last updated: 16/11/2025
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 Relatórios do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) enviados à CPMI do INSS apontam movimentações financeiras atípicas das entidades de pesca, levantando suspeitas de lavagem de dinheiro e de desvio de recursos públicos.

Contents
Colônias e federaçõesReportagem
As entidades são suspeitas de fraudar o seguro-defeso, benefício pago a pescadores artesanais que entrou na mira da Polícia Federal e da CGU (Controladoria-Geral da União) após o número de beneficiários disparar nos últimos anos.
As colônias de pescadores, em nível municipal, têm acordo com federações estaduais que, por sua vez, são coligadas em uma confederação nacional. A maior, hoje, é a CBPA (Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura).
As entidades e empresas envolvidas nas movimentações financeiras foram procuradas pelo UOL, mas não responderam. O espaço está aberto para manifestações.
A CBPA foi criada em 2020 por Abraão Lincoln Ferreira, um dos principais sindicalistas da pesca, para contornar uma decisão judicial que o proibiu de assumir um cargo no Piauí enquanto respondia a ações criminais.
Como mostrou o UOL, a partir de 2020, os acordos do INSS com entidades de pesca dispararam, assim como as inscrições de supostos pescadores.
Lincoln depôs na CPMI do INSS e, nesta semana, foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal por suspeita de envolvimento com os descontos nas contas de aposentados.

A CBPA recebeu R$ 99 milhões em descontos de aposentados de 2023 a 2025, mas sua receita era muito maior do que isso.

Apenas entre maio de 2024 e maio de 2025, a entidade gastou R$ 410 milhões em uma de suas contas bancárias.

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“Movimentação muito acima da declarada. Suspeitamos de lavagem de dinheiro, podendo conter desvios de dinheiro público e outras ilicitudes, como favorecimento de crimes ambientais”, disse a instituição financeira em comunicação ao Coaf.

Parte dos recursos da CBPA foram repassados a empresas que, também segundo comunicações de bancos ao Coaf, possivelmente serviam como contas de passagem para ocultar o destino do dinheiro da confederação.

Entre elas está a Home Staff, empresa em São Paulo em que 98% do faturamento, o correspondente a R$ 6,4 milhões, veio de repasses da CBPA. Desse valor, R$ 4,7 milhões foram repassados a outra firma, a Arpar Administração Participação.

Um mecanismo semelhante foi detectado na Titanium Pay, que recebeu R$ 2 milhões da CBPA em 2024, praticamente seu único faturamento, e mandou R$ 1,3 milhão para a Arpar.

Considerando um escopo temporal maior, outro relatório demonstra que, entre 2024 e 2025, a Home Staff recebeu R$ 20,4 milhões da CBPA e a Titanium, R$ 15,9 milhões.

“É possível supor que o tipo de transação realizada se configura atípica e incompatível, com indício de burla da origem e do destino do recurso, além de movimentação em benefício de terceiro”, diz uma das comunicações da instituição financeira, obtidas pelo UOL.

“O tipo de movimentação realizada, bem como o montante transacionado no período, não guarda relação com o perfil operacional do cliente e de suas contrapartes” e o tipo de transação das duas empresas “parece compor um conjunto de operações com o fim de dissimular o real beneficiário do recurso”.

A Arpar Administração é citada no inquérito das fraudes nos descontos de aposentados como uma empresa usada para ocultação de valores. É citada também como destino de desvios no contrato da Vai de Bet com o Corinthians, como revelou o Metrópoles.

Nos últimos três anos, a confederação também gastou R$ 14 milhões identificados em notas fiscais, segundo a quebra de sigilo enviada à CPMI do INSS.

O maior gasto, descrito como “fornecimento do e-book”, foi com uma empresa de intermediação financeira, a Pagglo Serviços Financeiros Digitais. Foram R$ 4,6 milhões enviados à empresa. Em seguida, há um gasto de R$ 3,3 milhões com uma gráfica.

Abraão Lincoln não costumava fazer gastos em seu próprio nome, segundo os relatórios. A Receita Federal encontrou apenas R$ 1,6 mil em gastos com seu nome em 2024 e R$ 96,3 mil em 2025.

Colônias e federações

As suspeitas sobre transações financeiras não recaem apenas sobre a CBPA, mas também sobre os dirigentes de federações e colônias.

Entre maio de 2023 e maio de 2024, o deputado estadual Edson Cunha de Araújo (PSB), presidente licenciado da Fecopema, federação do Maranhão, recebeu R$ 5,4 milhões em repasses de sua própria federação, valores considerados atípicos.

Nas colônias, o problema se repete. Rodrigo Araújo Andrade, dirigente da colônia de Pau dos Ferros (RN), município de 30 mil habitantes, recebeu R$ 200 mil da CBPA no segundo semestre de 2023.

Nesse período, ele sacou R$ 75 mil em cheques na agência bancária, supostamente para pagar um evento sobre pesca.

São recursos muito maiores do que a colônia poderia movimentar, considerando que, naquele ano, inscreveu apenas 107 pescadores no defeso.

Os repasses foram reportados ao Coaf “pela existência de operações cuja habitualidade, valor e forma configuram provável artifício para burla na identificação da origem e remetentes dos valores”, “de forma atípica, em região de risco”.

Em Amapá (AP), R$ 178 mil foram transferidos de 2023 a 2024 por centenas de pessoas para a conta da irmã da dirigente da colônia municipal, Izabela dos Santos, de onde foram repassados para pagar contas da entidade e para a conta da própria Izabela.

A população da cidade de Amapá é de 8.000 pessoas, das quais um décimo (880) recebeu seguro-defeso em 2024.

Outra colônia ligada à CBPA com movimentações suspeitas é a de Igarapé Miri (PA), administrada por Ana Cristina Fernandes. A entidade recebeu R$ 858,2 mil em um ano, metade através de 90 depósitos de dinheiro em espécie.

A entidade informou ao banco que se trata de uma contribuição anual dos associados —há 8,3 mil beneficiários do defeso na cidade—, mas os repasses foram considerados suspeitos.

“Identificamos indícios de movimentações em benefícios de terceiros sem causa aparente e transações em espécie, inclusive com indícios de fracionamento para burla, não sendo possível assegurar a real origem dos valores”, aponta a instituição financeira.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Por Natália Portinari

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