Simone Marques, testemunha do caso, não chegou a depor e foi morta na terça-feira (29), antes de novo depoimento marcado
Horas antes, ela havia ido à Delegacia de Porto de Galinhas para depor no inquérito que investiga o desvio de R$ 27 milhões em emendas parlamentares da Câmara Municipal de Ipojuca. Simone era docente da Faculdade Novo Horizonte, instituição citada na investigação como uma das envolvidas no esquema.
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O depoimento foi adiado porque outra oitiva estava em andamento. Ela deixou o local cerca de 20 minutos depois, com a nova data marcada para quarta-feira (29). No entanto, por volta das 15h55, a Polícia Militar foi acionada após relatos de disparos de arma de fogo na Rua Ana Maria Dourado, no Centro de Ipojuca, onde Simone morava com os pais. Ela foi encontrada sem vida no quintal da residência.
A PCPE (Polícia Civil de Pernambuco), por meio da Força-Tarefa de Homicídios da Região Metropolitana Sul, confirmou que o caso é investigado como homicídio consumado e que um inquérito policial foi instaurado para apurar as circunstâncias do crime e identificar os autores.
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Desvio de verbas
Simone Marques era testemunha no inquérito que apura o desvio de cerca de R$ 27 milhões em emendas parlamentares da Câmara de Ipojuca, supostamente destinadas a projetos sociais e educacionais que não foram executados. A Faculdade Novo Horizonte, também conhecida como Inesp (Instituto Nacional de Ensino, Sociedade e Pesquisa), é mencionada nas investigações.
O caso das emendas foi alvo da Operação Alvitre, deflagrada no dia 2 de outubro pela Polícia Civil em parceria com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) do MPPE (Ministério Público de Pernambuco). Na ocasião, três mulheres foram presas suspeitas de integrar o esquema de desvio de recursos públicos no município. A operação cumpriu 21 mandados de busca e apreensão e sete de prisão preventiva. Quatro homens seguem foragidos.
As investigações apontam que o grupo se valia de emendas parlamentares impositivas, que deveriam ser destinadas a áreas como saúde e educação, mas acabavam repassadas a instituições de fachada.
Em nota, a Prefeitura de Ipojuca reforçou que a operação realizada teve como foco exclusivo as emendas impositivas executadas pela gestão anterior, que foi concluída em 2024. A prefeitura também reiterou seu compromisso com a legalidade, a boa gestão dos recursos públicos e a colaboração plena com as autoridades competentes.
Já a FNH (Faculdade Novo Horizonte), mantida pelo Inesp (Instituto Nacional de Ensino, Sociedade e Pesquisa), embora seja mencionada no inquérito, esclareceu, em nota, que não está sendo investigada no processo relacionado ao desvio de verbas públicas em Ipojuca. A FNH informou que não recebeu emendas impositivas nos períodos indicados pela investigação e que sua atuação se limitou a ser uma entidade subcontratada para a execução de parte dos serviços educacionais previstos em convênios relacionados aos recursos investigados.
Via CNN Brasil