Jogo ganhou notoriedade após diversos influenciadores digitais divulgarem nas redes como ganhar milhões; ausência de regulamentação tem levado muitos seguidores a caírem em golpes
O “Fortune Tiger”, popularmente conhecido como “Jogo do Tigrinho”, é um cassino online que promete prêmios diários aos usuários. O jogo ganhou notoriedade após diversos influenciadores digitais divulgarem nas redes sociais estratégias para ganhar quantias significativas em segundos.
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No entanto, no Brasil, os jogos de azar são ilegais, e a ausência de regulamentação específica, aliada à ascensão dos influenciadores digitais tem levado muitos seguidores a caírem em golpes e desenvolvem vícios.

De acordo com o delegado Humberto Mácola, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, o estado do Piauí tem recebido diversas denúncias de pessoas que foram influenciadas a apostar e acabaram perdendo valores irrecuperáveis. Existem investigações da Polícia Civil em andamento, sobre casos de influenciadores no estado que levantaram suspeitas.
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“Estamos recebendo várias denúncias aqui na delegacia de pessoas que estão perdendo dinheiro e não estão conseguindo reaver os valores. Todas as pessoas que se sentirem lesadas terão o suporte da Polícia Civil e da Secretaria de Segurança Pública para conduzir as investigações”, afirmou o delegado.
Em Teresina, o influenciador Itallo Bruno foi alvo da Operação Jogo Sujo, em janeiro de 2024, por exploração de jogos de azar. O caso ganhou destaque nacional, pois Itallo promovia rifas com prêmios de alto valor, e para participar do sorteio os seguidores compravam por centavos.

A promessa de uma “facilidade” em ganhar grandes prêmios levou muitos seguidores a se iludirem com as casas de apostas, resultando em vícios e perdas financeiras significativas.
O “Tigrinho” depende exclusivamente da sorte para determinar os vencedores e perdedores, sendo considerado ilegal pela Lei de Contravenções Penais. A plataforma é clandestina e difere das plataformas esportivas legalmente auditadas.
Segundo a advogada Liana Aragão, influenciadores que promovem o “Jogo do Tigrinho” podem ser responsabilizados criminalmente pelos danos aos seguidores. Liana destaca que, apesar da falta de uma regulamentação específica, outros crimes podem ser imputados.
“Influenciadores que promovem o jogo do ‘Tigrinho’ podem, sim, ser responsabilizados, tanto civil quanto criminalmente, pelos problemas causados pelas plataformas. Os possíveis crimes incluem: crimes contra as relações de consumo e pós-consumo, crimes contra a economia popular, propaganda enganosa, sonegação fiscal, estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro”, concluiu a advogada.
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