“…o confissionário manteve-se bastante frequentado…”
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União, 1890.
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Recém elevada a categoria de Cidade por conta da proclamação da República, ocorrida em 15 de novembro de 1889.
A substituição da Monarquia pelo modelo republicano acarretou numa série de mudanças na estrutura política do país. Uma delas, foi a relação entre o Estado e a Igreja Católica, que até o fim da monarquia manteve-se como a religião oficial do Brasil. Com a chegada da República essa relação foi dissolvida. A igreja, claro, reagiu a essa ruptura.
De imediato a igreja tentou articular-se para combater os “endemoniados republicanos”. Entre 1890 a 1894 houve uma tentativa de se criar um partido católico no país. O plano naufragou.
Em União, essas reações também foram sentidas. O vigário da paróquia, o presbítero Álvaro José de Lima utilizou o altar da Matriz de palanque para fazer suas críticas a república. Durante algumas celebrações o padre criticou severamente o casamento civil. Ele chegou a passar um abaixo assinado conclamando aos fieis que assinassem e participassem da criação do partido católico. De acordo com suas próprias palavras: “O confessionário tem sido frequentado durante o mez Mariano, como nunca esteve…”
Padre Álvaro chegou em União em 1886 para substituir o falecido cônego Simpliciano Barbosa. Militou no Partido Conservador e em seguida no Partido Liberal. No dia 24 de novembro, ele esteve na Câmara Municipal de União na adesão oficial do município a República. Inclusive, fora um dos que deram “vivas” ao marechal Floriano Peixoto.
Entretanto logo viria a surpresa ingrata! A República se desfez da igreja, do dr. Álvaro Lima…
frei Cegonha