De acordo com o gerente da pesquisa, a alta é explicada por questões ligadas à quantidade de produção
O índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado nesta terça-feira (11/02), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que alimentos como tomate e cenoura e bebidas subiram 0,96% na inflação em janeiro, representando um impacto de 0,21 ponto percentual (p.p.).
De acordo com o IBGE, a menor oferta dos produtos explicam a alta inflação. Apesar da alta, o resultado é uma desaceleração, em dezembro houve uma expansão nos preços de 1,18%.
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Em janeiro, o grupo transportes (alta de 1,3 e peso de 0,27 p.p) subiu mais que as bebidas e alimentos. O IPCA fechou janeiro em 0,16%, o menor para o mês desde 1994, quando começou o Plano Real.
A alta nos preços dos alimentos é uma das principais preocupações do governo, na semana passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que pretende baixar o custo de vida da população. Segundo o IBGE, o grupo alimentação e bebidas tem um peso mensal de 21,69% no custo de vida da população com rendimento de ate 40 salários mínimos.
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Entre os itens apurados pelo IBE, o que mais sumiu no primeiro mês do ano foi o de tubérculos, raízes e legumes, uma alta de 8,19%. Em seguida, o grupo de bebidas e infusões (2,96%), pescados (1,71%) e aves e ovos (1,69%).
O índice de difusão dos produtos alimentícios no IPCA de janeiro foi de 71%. Representando que de todos os subitens pesquisados, 71% teve aumento de preço.
Os pesquisadores do IBGE encontraram os maiores impactos no café moído (8,56% e impacto de 0,04 p.p.), tomate (20,27% e 0,04 p.p.) e cenoura (36,14% e 0,02 p.p.).
O gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, explica que as altas desses produtos são explicadas por questões ligadas à quantidade produzida pelos agricultores.
“A cenoura tem uma concentração de produção em Minas Gerais, Bahia e Goiás enviando menos produto para o mercado, então teve uma redução na oferta”.
Quando um produto diminui a disponibilidade no mercado, e a procura por parte dos consumidores continua a mesma, a tendência é aumento do preço.
Em relação às carnes, que subiram 0,36% em janeiro, patamar bem abaixo de meses anteriores, Fernando Gonçalves fez uma relação com a chegada do período de chuvas.
“Chuvas vieram, então começa a melhorar o pasto, isso tudo traz reduções no custo de produção, que podem influenciar nesse custo final da proteína”, afirmou o gerente
Em dezembro de 2024, a inflação das carnes tinha sido de 5,26%. Em novembro chegou a 8,02%.