Crimes foram cometidos por companheiros e ex-companheiros em 72,70% dos casos
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No ano de 2023, um total de pelo menos 586 mulheres foram vítimas de feminicídio, uma trágica realidade que as tirou devido ao seu gênero. Essas estatísticas foram registradas em oito estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Pará, Piauí, Maranhão e Ceará. Isso equivale a uma mulher morta a cada 15 horas, conforme relatado no recente boletim “Elas Vivem”, divulgado pela Rede de Observatórios da Segurança.
ARMAS BRANCAS SÃO MAIS UTILIZADAS: Em 72,70% dos casos, o perpetrador era parceiro ou ex-parceiro da vítima. Em 38,12% dessas fatalidades, armas brancas foram utilizadas, enquanto em 23,75% dos casos, armas de fogo foram o meio empregado para ceifar a vida dessas mulheres. Bianca Lima, pesquisadora da Rede de Observatórios da Segurança, aponta para a importância do Estado na hora da denúncia. “O Estado precisa chegar nessas mulheres antes mesmo que a violência aconteça. É necessário facilitar a denúncia e não chamar atenção dos agressores, como a gente viu, a maioria dos agressores são conhecidos”.
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Conforme o boletim divulgado na véspera do Dia Internacional da Mulher, em 2023, ocorrências de violência contra mulheres ocorreram a uma média de oito casos a cada 24 horas. O total de mulheres afetadas foi de 3.181, representando um aumento de 22,04% em relação ao ano anterior. Este aumento inclui agora o monitoramento nos estados do Pará e Amazonas, que anteriormente não eram abrangidos.
Pelo quarto ano consecutivo, há uma falta significativa de registros sobre a raça/cor das vítimas, com 71,72% das mulheres sem essa informação. Além disso, a pesquisa identificou 34 casos de transfeminicídios, que são feminicídios envolvendo mulheres transexuais, nas áreas estudadas. A pesquisadora Bianca Lima aponta dois fatores para os aumentos dos casos de violência em todas as regiões monitoradas: “ou as mulheres estão sofrendo mais violência, ou os estados estão registrando mais”.
DADOS REGISTRADOS EM SÃO PAULO: Em 2023, São Paulo foi o único estado monitorado que registrou mais de mil casos de violência contra mulheres, totalizando 1.081 ocorrências. Isso representa um aumento de 20,38% em comparação ao ano anterior, quando foram registrados 898 casos.
No estado de São Paulo, foram registrados:
482 tentativas de feminicídio.
174 casos de feminicídio.
Dentre esses, 160 foram cometidos por companheiros e ex-companheiros.
83 feminicídios foram perpetrados utilizando arma branca.
Nove casos de transfeminicídios.
Na capital, São Paulo, os registros foram os seguintes:
173 eventos de violência contra mulheres.
26 casos de feminicídio.
DADOS REGISTRADOS NO RIO DE JANEIRO: No Rio de Janeiro, os casos de violência aumentaram em 13,94% de 2022 para 2023, passando de 545 para 621 casos. Desde 2020, quando a Rede de Observatórios da Segurança começou a realizar os levantamentos, houve um crescimento significativo nos registros de violência no estado. Em 2020, foram registrados 318 casos, representando um aumento de 95,28% ao longo de quatro anos.
Na capital do Rio de Janeiro:
Foram registradas 206 vítimas de violência.
Houve 35 casos de feminicídio.
Entre esses casos, 30 vítimas foram mortas por armas de fogo.
Quatro vítimas de feminicídio foram assassinadas por agentes do Estado.
DADOS REGISTRADOS NO PIAUÍ: Outro estado que teve uma alta expressiva nos casos de violência foi Piauí, com um aumento de quase 80%. Em 2023, foram registrados 202 casos e, em 2022, 113.
Total de casos registrados:
83 tentativas de feminicídio.
28 feminicídios.
Na capital Teresina:
Foram registrados seis casos de feminicídio.
Houve 77 casos de violência contra mulheres.
DADOS REGISTRADOS EM PERNAMBUCO: No nordeste, Pernambuco é o estado que tem o maior número de feminicídios, registrando 92 casos em 2023. O estado teve o maior número de vítimas de feminicídio mortas com armas de fogo da região, com 28 registros.
Garanhuns, localizado a 230 quilômetros da capital pernambucana, foi o município líder nos registros de violência, com 44 casos.
Recife registrou:
40 casos de violência contra mulheres.
Dez casos de feminicídio.
DADOS REGISTRADOS NA BAHIA: Em 2023, o estado registrou um caso de violência contra mulher por dia. Salvador foi a cidade que concentrou o maior percentual dessas ocorrências, com 110 mulheres vitimadas.
Total de feminicídios no estado: 70.
Dentre estes, 20 ocorreram na capital.
A Bahia lidera entre os estados monitorados nos homicídios de mulheres, com 129 ocorrências (mortes não classificadas como feminicídios).
DADOS REGISTRADOS NO CEARÁ: No Ceará, foi registrado o maior número de feminicídios em seis anos, somando-se a 55 tentativas de feminicídio. A capital, Fortaleza, foi a cidade com o maior número de vítimas, com 11 mulheres mortas em razão de seu gênero. Além disso, no Nordeste, o estado também registrou o maior número de casos de vitimização de pessoas trans e travestis, com sete mortes.
DADOS REGISTRADOS NO MARANHÃO: Maranhão registrou 195 eventos violentos em 2023, contra 165 em 2022.
Total de feminicídios: 38.
Destes, sete ocorreram na capital São Luís.
São Luís foi o município com os maiores registros de violência, totalizando 34 vítimas.
O estado lidera no Nordeste em casos de violência sexual e estupro, com 40 ocorrências.
DADOS REGISTRADOS NO PARÁ: No Pará, conforme a Rede de Observatórios da Segurança, as desigualdades sociais e a atividade de garimpo contribuem para agravar as violências contra mulheres no estado.
Em 2023, o estado fez parte do boletim pela primeira vez.
Foram registrados 224 casos de violência.
Houve o monitoramento de 110 tentativas de feminicídio.
Foram registrados 43 casos de feminicídio.
Via Portal MeioNorte