Embarcação que é provavelmente a mais antiga a afundar ao transportar barras de cobre tinha carregamento de metal datado do século 16 a 17 a.C.
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Cientistas do Centro de Arqueologia Subaquática da Universidade Nicolaus Copernicus em Toruń examinaram um naufrágio da Idade do Bronze afundado na costa da Turquia.
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Cientistas do Centro de Arqueologia Subaquática da Universidade Nicolaus Copernicus em Toruń examinaram um naufrágio da Idade do Bronze afundado na costa da Turquia Mateusz Popek
O local de um navio afundado na Idade do Bronze foi investigado por arqueólogos subaquáticos na costa da Turquia, no Mar Mediterrâneo. Trata-se provavelmente do mais antigo naufrágio que carregava barras de cobre em todo o mundo.
A descoberta foi divulgada em 8 de fevereiro por especialistas da Universidade Nicolaus Copernicus, em Toruń, na Polônia. Segundo os pesquisadores, não foi descoberto nada sobrando do navio além de suas barras de cobre.
Segundo o site do governo polonês Nauka W Polsce, as barras datam da Idade do Bronze, provavelmente do século 16, ou até mesmo do século 17 a.C. O cobre era utilizado no comércio para produzir bronze.
“A idade desta descoberta é impressionante. Se não for o mais antigo, é um dos naufrágios mais antigos”, declara em comunicado o professor envolvido na descoberta, Andrzej Pydyn, do Centro de Arqueologia Subaquática da Universidade Nicolaus Copernicus. “Isso confirma uma escala muito precoce de comércio de cobre. Acredito que análises adicionais possam aumentar ainda mais o valor desta descoberta.”
A disposição das barras de cobre no mar evidenciam que elas foram parar na água devido a um desastre marítimo. “O navio deve ter sido empurrado para as rochas e afundou bastante rapidamente”, disse Pydyn. “Era pesado e, no momento em que o casco foi danificado, afundou rápido, e a carga escorregou pela encosta, que é muito íngreme neste ponto”.
Até agora, cerca de 30 barras de cobre foram recuperadas, sendo que cada uma delas pesa cerca de 20 kg. Os cientistas começaram a extrair as barras, mas a extração do cobre do fundo do mar deve levar de dois a três anos.
Além disso, os pesquisadores documentaram o local do naufrágio, reconstruindo as formas, tamanhos e posições relativas de objetos em campo com base em fotografias. Eles também fizeram modelos 3D do fundo do mar e dos itens encontrados.
Com base na forma das barras de cobre, que mudou ao longo dos anos, os pesquisadores calcularam a idade do naufrágio. “Parece que o naufrágio encontrado atualmente é o mais antigo. As barras que estamos encontrando tipologicamente são das mais antigas – do século 16 ou mesmo 17 a.C.”, diz Pydyn.
Segundo o professor, anteriormente, a literatura arqueológica apontou que no final da Idade do Bronze os micênicos controlaram a navegação e o comércio na parte oriental do Mar Mediterrâneo. “No entanto, nosso navio deve ter navegado nos tempos em que a cultura minoica ainda dominava”, supõe o especialista.
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A equipe que trabalha nas investigações acredita que possam existir mais naufrágios da Idade do Bronze nos locais estudados, pois o comércio de cobre era muito grande na época. “Nesse período, o minério de cobre era extraído apenas em alguns lugares ao redor do Mar Mediterrâneo, e a demanda por cobre era enorme”, afirma Pydyn.
Ele acrescenta que as civilizações em desenvolvimento, como a micênica, minoica e egípcia, necessitavam de muito cobre. “Portanto, a escala de contatos era muito grande, e quanto mais navios navegavam, mais afundavam”, finaliza.