O Desenrola Brasil, programa criado pelo Governo Federal para limpar o nome de pessoas físicas negativadas junto a bancos e instituições financeiras, está sendo usado por criminosos para enganar beneficiários do Piauí.
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Segundo o delegado Odilo Sena, do 6º Distrito Policial, os golpistas já estão aproveitando da ampla divulgação sobre o programa Desenrola Brasil para aplicar golpes no Piauí.
“Fomos procurados por um cidadão que caiu em um golpe relacionado ao Programa Desenrola Brasil. Ele estava navegando pelo Facebook e viu um link com a oferta de redução de dívida pelo programa Desenrola Brasil. Ele clicou no link, caiu num chat boot no WhatsApp e fez um cadastro. Quando ele terminou esse cadastro perdeu o acesso ao aplicativo do seu banco. Por sorte, ele mora aqui próximo ao Distrito e próximo à sua agência bancária. Ele veio aqui registramos o B.O. e ele seguiu para a agência, a fim de proteger seu patrimônio”, detalhou o delegado.
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Na agência, o correntista foi informado que os golpistas já haviam feitos novos acessos para sua conta e que estavam prontos para realizar movimentações financeiras. O banco bloqueou os acessos e reestabeleceu o acesso da conta ao correntista.
Casos como esses devem se repetir, alerta do delegado Odilo Sena.
“Eu mesmo fiz buscas. Nas redes sociais existem uma série de anúncios, patrocinados, ofertando vantagens no Programa Desenrola Brasil. É importante que as pessoas tenham em mente que o contato deve ser feito do devedor para o credor e não ao contrário”, explicou o delegado.
Segundo Federações de Bancos do Brasil (FEBRABAN), os bancos participantes do programa não entram em contato com os cidadãos em débito. O contato dever ser feitos, sempre, pelo devedor utilizando os canais de atendimento ofícios das instituições financeiras.
O delegado Odilo Sena destaca que o cidadão deve desconfiar sempre de propostas muito vantajosas. “Desconfie de propostas muitos boas, não forneça seus dados pessoais ou senhas de suas conta a ninguém. Busquemos canais de atendimento do seu banco. Tenha antivírus instalados em seus dispositivos, celulares e computadores”, afirmou o delegado.
As duas primeiras etapas do Desenrola Brasil foram implementadas no último dia 17 de julho. Nesta etapa, pessoas físicas, com dívidas negativadas no período de 2019 a 31 de dezembro de 2022 devem procurar a instituição financeira para negociar a dívida.
A adesão de credores, beneficiários e bancos no programa é voluntária. Portanto, é preciso antes verificar, antes, se a instituição financeira onde a dívida foi originada fez a opção por participar do programa do Governo Federal.
Dicas pra evitar golpes no Programa Desenrola
1. O devedor deve procurar as instituições financeiras
2. Não forneça seus dados pessoais via telefone
3. Não forneça a senha de seus aplicativos bancários
4. Não forneça senhas ou chaves numéricas que você receber via SMS ou email.
5. Busque atendimento nos canais oficinais. Dê preferência aos números começados por 0800 e 4004.
Como funciona o Desenrola Brasil?
O Desenrola Brasil é um programa emergencial elaborado pelo Governo Federal, com a Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, para limpar o nome de pessoas físicas que estão inscritas em cadastros de serviços de proteção de crédito.
Atualmente, o Brasil tem 70 milhões de cidadãos negativados.
O programa está dividido em três etapas.
Na primeira etapa, iniciada no último dia 17, acontece a extinção de dívidas bancárias de até R$ 100 e uma etapa de renegociação de dívidas bancárias que pode beneficiar mais de 30 milhões de brasileiros.
Pessoas físicas que têm dívidas bancárias de até R$ 100 ficam, automaticamente, com o nome limpo pelas instituições, como parte do acordo com o Governo Federal.
Com isso, caem restrições e o cidadão pode, por exemplo, voltar a pegar crédito ou fazer contrato de aluguel, se não tiver outras restrições.
Com essa operação, o Governo Federal considera que pode beneficiar cerca de 1,5 milhão de pessoas.
Outro grupo já beneficiado nessa primeira fase é o de pessoas físicas com renda de até R$ 20 mil e dívidas em banco sem limite de valor.
Para essa categoria, os bancos vão oferecer possibilidade de renegociação diretamente com os clientes, por meio de seus canais de atendimento.
Estima-se que essa renegociação beneficie mais de 30 milhões de pessoas. Os créditos que podem ser usados na renegociação dessas dívidas totalizam cerca de R$ 50 bilhões.
Como estímulo às renegociações, o governo oferece às instituições financeiras um incentivo regulatório para que aumentem a oferta de crédito.
A terceira etapa ocorrerá somente em setembro, com adesão de devedores com renda de até dois salários mínimos ou inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e com dívidas financeiras cujos valores não ultrapassem R$ 5 mil.