Em setembro do ano passado, a polícia do Piauí estava monitorando a maior quadrilha de tráfico de cocaína da região, que viria a ser presa dois meses depois. Durante a missão, os agentes constataram que os criminosos estavam adesivando carros com propaganda de candidatos e chegaram a visitar até p comitê eleitoral de um candidato. Como mostrou VEJA desta semana, o Ministério Público investiga a interferência do crime organizado nas eleições do Estado.
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O monitoramento mostrou que os traficantes utilizavam em seus veículos adesivos do deputado estadual eleito Georgiano Neto (MDB). Depois que a quadrilha foi presa, em novembro, a polícia descobriu que um dos criminosos, Ramon Santiago Matos Nascimento, havia sido contratado no gabinete do parlamentar, mesmo estando recolhido na penitenciária do estado.
Gergiano Neto é de uma família tradicional de políticos do Piauí. O pai é o deputado federal Júlio César (PSD) e a mãe é a senadora Jussara Lima (PSD), que assumiu a cadeira no Congresso em fevereiro como suplente do ex-governador Wellington Dias (PT), ministro do Desenvolvimento Social do governo Lula. Georgiano não quis explicar a nomeação do traficante.
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Durante a vigilância, os policiais flagraram a proximidade da quadrilha com outro político. Ítalo Freire Soares de Sá, apontado como operador financeiro do grupo criminoso, foi visto entrando e saindo do comitê do deputado eleito Jadyel da Jupi (PV). No estacionamento do comitê, o traficante movimentou sacolas de um carro para outro. A polícia não sabe o que havia nelas.
Via Revista Veja