O caso ainda está sob investigação, mas alguns detalhes colhidos pela Polícia Federal apontam para o envolvimento de políticos locais. O motorista que se negou a prestar depoimento é Wellington do Nascimento Mesquita. Ele recebe um salário de 3.600 reais mensais como servidor da Assembleia Legislativa do Piauí, comandada pelo deputado estadual Themístocles Filho (MDB), candidato a vice-governador do estado na chapa do petista Rafael Fonteles.
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Já a picape, pertence a uma locadora. O carro havia sido alugado para a empresa JDN Empreendimentos Urbanos, dona de contratos milionários com diversos órgãos públicos do governo do Piauí, comandado pelo petista Wellington Dias.
De acordo com os investigadores, o dono da empresa, Jackson Nogueira, é próximo ao deputado estadual João Madison (MDB), que, por sua vez, disputa a reeleição e é aliado de Themístocles, o candidato a vice-governador. Essas conexões alimentaram muitos boatos, mas a principal suspeita é que o dinheiro seria usado para comprar votos.
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A VEJA, o deputado João Madison disse que não conhece o funcionário da Assembleia Wellington Mesquita e negou que o dinheiro tivesse o gabinete dele como destino. “É só a Polícia Federal me chamar para depor que eu vou, mostro todo o meu gabinete, não tenho a esconder nada”. Jackson Nogueira e a JDN também foram procurados, mas não atenderam aos chamados.
De acordo com pesquisa Ipec para o governo do Piauí, o ex-prefeito de Teresina Silvio Mendes (União Brasil) lidera a disputa para com 43% das intenções de voto, seguido por Rafael Fonteles, com 29%, que lidera a coligação que inclui o PT e o MDB.
Revista Veja 28/09/2022