A causa exata do distúrbio bipolar não é conhecida, mas acredita-se que seja influenciado por uma combinação de fatores como genética, ambiente, estrutura e química do cérebro
O transtorno bipolar é um distúrbio psiquiátrico complexo associado a alterações de humor que vão da depressão a episódios de obsessão. Os episódios incluem sintomas como euforia, dificuldade para dormir e perda de contato com a realidade, falta de energia e motivação, além de perda de interesse nas atividades cotidianas.
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Os episódios de alteração de humor podem durar dias ou meses e também podem estar associados a pensamentos suicidas. A causa exata do distúrbio bipolar não é conhecida, mas acredita-se que seja influenciado por uma combinação de fatores como genética, ambiente, estrutura e química do cérebro.

O transtorno bipolar pode ser caracterizado em quatro tipos, segundo os manuais internacionais de classificação diagnóstica.
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- Transtorno bipolar Tipo I: apresenta períodos de mania, que duram, no mínimo, sete dias, e fases de humor deprimido, que se estendem de duas semanas a vários meses. Tanto na mania quanto na depressão, os sintomas são intensos e provocam profundas mudanças comportamentais e de conduta, que podem comprometer não só os relacionamentos familiares, afetivos e sociais, como também o desempenho profissional, a posição econômica e a segurança do paciente e das pessoas que com ele convivem.
- Transtorno bipolar Tipo II: Há uma alternância entre os episódios de depressão e os de hipomania (estado mais leve de euforia, excitação, otimismo e agressividade), sem prejuízo maior para o comportamento e as atividades do portador.
- Transtorno bipolar não especificado ou misto: Os sintomas sugerem o diagnóstico de transtorno bipolar, mas não são suficientes nem em número nem no tempo de duração para classificar a doença em um dos dois tipos anteriores.
- Transtorno ciclotímico: É o quadro mais leve do transtorno bipolar, marcado por oscilações crônicas do humor, que podem ocorrer até no mesmo dia. O paciente alterna sintomas de hipomania e de depressão leve que, muitas vezes, são entendidos como próprios de um temperamento instável ou irresponsável.
SINTOMAS
O transtorno bipolar requer diagnóstico médico. Seus sintomas estão associados a euforia, dificuldade para dormir e perda de contato com a realidade dentre os episódios maníacos. Já os episódios depressivos são caracterizados por falta de energia e motivação, além de perda de interesse nas atividades cotidianas.
Os episódios de alteração de humor podem durar dias ou meses e também podem estar associados a pensamentos suicidas. Confira alguns sintomas comuns:
- No humor: ansiedade, apatia, apreensão, culpa, descontentamento geral, desesperança, euforia, mudanças de humor, perda de interesse, perda de interesse ou prazer nas atividades, raiva ou tristeza
- No comportamento: agitação, agressão, automutilação, choro, comportamentos de risco, excesso de desejo sexual, hiperatividade, impulsividade, inquietação ou irritabilidade
- Na cognição: delírio, falta de concentração, lentidão durante atividades, pensamento acelerado, pensamentos indesejados ou falsa superioridade
- Sintomas psicológicos: depressão, depressão agitada, episódio maníaco ou paranoia
- No peso: ganho de peso ou perda de peso
- No sono: dificuldade em adormecer ou excesso de sonolência
- Também é comum: fadiga ou fala rápida e frenética
AUTOCONHECIMENTO
A psicóloga Thysianne Teixeira relata que muitas pessoas associam a psicologia ao tabu que fazem com que se acredita que a pessoa seja louca. Ela comenta que, ao contrário do pensamento citado, os psicólogos tratam de pessoas normais que buscam ressignificar seus traumas, sofrimentos e adoecimentos emocionais.
“É preciso que as pessoas façam terapia, um processo íntimo. As pessoas precisam investir nisso. Hoje em dia a saúde mental é o nosso luxo. Não apenas ir ao psicólogo quando elas apresentam um adoecimento emocional como a ansiedade, depressão ou síndrome do pânico. As pessoas precisam ir para se conhecerem também, porque o processo terapêutico é de autoconhecimento. Também para que possam perceber no outro quando este precisa de ajuda”, diz a psicóloga sobre inteligência emocional.

A especialista em saúde mental cita que a partir do momento em que você busca o seu próprio bem-estar, entender os demais se torna mais fácil. A psicóloga comenta sobre a importância de escutar o outro, acolher e até mesmo prestar ajuda a uma pessoa que está passando por um momento delicado.
“Não é somente ouvir, pois o ouvir passa despercebido. O que deve fazer é escutar. Quando você escuta o outro, você passa a entender e buscar uma maneira de ajudá-lo. Além de escutar, é importante que familiares falem da importância de visitar os psicólogos e dê apoio para que essa pessoa seja acolhida”, comenta.
TRATAMENTOS
A base do tratamento do transtorno bipolar é feita por meio de terapia e do uso de medicamentos. O tratamento costuma ocorrer por toda a vida do paciente e geralmente envolve uma combinação de medicamentos e psicoterapia.
Dentre outras opções de tratamento podem estar grupos de apoio, terapia cognitivo-comportamental, psicoeducação, terapia familiar e a psicoterapia.
COMO AJUDAR
Cada indivíduo tem uma maneira peculiar de sensibilidade, por isso muitos possuem uma dificuldade de nomear o que se sente e isso pode se somar com a cultura que valoriza o sofrimento e os exageros, se tornando ainda pior, de acordo com o psicólogo Maurício Guimarães.
As pessoas tentam individualizar sua angústia como forma de destacar. Por isso, muitos definem a dor do outro como besteira, como fragilidade exagerada ou até mesmo “mimimi”. Essa atitude além de narcisista é profundamente danosa para quem procura ajuda.

O ideal é se colocar no lugar do outro e ter empatia devido as diferentes sensibilidades. Um outro ponto importante na identificação é prestar atenção nas ações, as ações podem ser o caminho para se entender aquela dor que não é falada.
Então, escutar de forma simpática, se colocar ao lado, não julgar, observar ações e, principalmente, o encaminhamento a profissionais preparados para o acolhimento são as formas mais eficazes de um familiar ou um amigo agir perante a dor do outro.
PROVIDA
A modalidade de tratamento adotada pelo Provida é o de psicoterapia de crise, que consiste numa intervenção emergencial de curto prazo, com duração média de seis a oito semanas, com objetivo de reduzir a perturbação mental e, consequentemente, o risco de suicídio, requerendo um atendimento especializado.
O ambulatório do Provida fica localizado na rua Álvaro Mendes, 1557, no Centro de Teresina, com o horário de funcionamento das 8h às 12h e das 14h às 18h, de segunda a sexta-feira. Primeiro atendimento por demanda espontânea e os demais com agendamento
CENTRO DE VALORIZAÇÃO À VIDA (CVV)
Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar. Os atendimentos são feitos por voluntários do CVV, que recebem uma capacitação específica para poder acolher emocionalmente as pessoas que ligam.
A pessoa que necessita de apoio emocional pode ligar quantas para o telefone 188, quantas vezes quiser e a duração da ligação é determinada pela própria pessoa. A ligação é gratuita, onde a pessoa mesmo sem crédito no celular consegue contactar os serviços.

Outra forma de entrar em contato é pelo chat no site cvv.org.br. Além de apoio emocional por e-mail. Tudo ocorre sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.
O QUE É O SETEMBRO AMARELO?
Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), organiza, em território nacional, o Setembro Amarelo. A campanha é dedicada à conscientização da prevenção ao suicídio. Atualmente, o Setembro Amarelo é a maior campanha antiestigma do mundo.
Em 2022, o lema é “A vida é a melhor escolha!” e diversas ações já estão sendo desenvolvidas. No Brasil, 12,6% por cada 100 mil homens em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio. As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6% por 100 mil). Para as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1% por 100 mil).