A cor escolhida remete à memória do jovem Mike Emme, que em 1994 tirou a própria vida em um Mustang 1968 amarelo. Em memória ao jovem, a família distribuiu cartões com fitas amarelas com mensagens de apoio para quem estivesse com sofrimento emocional. A iniciativa se espalhou e se tornou uma grande campanha.
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Fator de agravamento
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Prevenir o problema depende de cuidados com a saúde mental. E a pandemia tem sido um fator de agravamento de diversas condições psicológicas.
“A boa notícia é que também vemos o cuidado com a saúde mental sendo priorizado. O primeiro passo se você tem sentido dificuldade em lidar com a sua saúde mental é procurar um profissional da área, como um psicólogo ou psiquiatra, para que você entenda melhor o que está acontecendo”, explica Luísa Brandim, psicóloga especialista em clínica.
Saúde mental
Os hábitos de vida influenciam diretamente na saúde mental. “Para quem convive com muito estresse em casa ou no trabalho, problemas com o sono, alimentação ruim, falta de exercícios físicos, tudo isso vai piorando a saúde mental e pode levar ao adoecimento de fato”, acrescenta.
Luísa defende que existem maneiras de prevenir o adoecimento mental.
“O ideal é procurar um psicólogo para entender melhor suas necessidades. Mas o básico funciona: Dormir bem, comer de forma equilibrada, não abusar do álcool e outras substâncias, incluir atividades de lazer na rotina, e incluir exercícios físicos regulares. Isso já vai ser uma ajuda enorme para sua saúde mental”, revela.
É sobre autocuidado e autoconhecimento
Manter a saúde mental em dia depende do cuidado que você tem consigo mesmo. “Incluir o autocuidado do seu cotidiano é uma das melhores formas de introduzir atividades que contribuem para o seu bem estar e saúde mental. Mas é claro que nada disso substitui a psicoterapia, um psicólogo pode ajudar você a encontrar as atividades que realmente funcionam pra você”, recomenda.
A psicóloga Sara Damasceno reforça a necessidade do autoconhecimento.
“A melhor ferramenta para a saúde mental é o autoconhecimento. Saber quem você é, quais suas potencialidades e dificuldades diminui as demandas do meio e você pode cuidar das suas. Assim é possível aprender a dizer não, a impor limites na rotina. Assim você não fica à disposição do tempo e ritmo das pessoas”, considera.
Sara defende técnicas para manter a saúde mental em dia. “A primeira coisa é ter uma respiração consciente. A qualidade respiratória permite que o cérebro seja bem oxigenado, ativando uma parte que chama córtex pré-frontal. Assim é possível ter habilidades como gratidão, contemplação, atenção, foco e percepção. O segundo ponto é colocar a atenção plena, ativar a presença. É preciso viver no aqui no agora, assim não sofremos com angústias do passado e gerando expectativas com o que vai acontecer”, acrescenta.
Ritmo do sono
Uma rotina de exercícios físicos, alimentação balanceada e ter um bom ritmo de sono são alguns dos aspectos. “Além da hidratação, que é importante para a saúde do corpo. É necessário ter um momento de pausa, um momento de recuperação para um efeito neuromodulador para o cérebro. Assim, com o descanso, ele se mantém no foco”, aponta.
Tabus com relação ao tratamento psicológico são alguns dos empecilhos existentes. “Há um preconceito grande com as terapias integrativas e de autoconhecimento. Muitas pessoas não entendem que o processo terapêutico não é para ficar bem, é para prevenir e promover a saúde mental. Muitas pessoas já chegam adoecidas porque ainda não há a cultura de fazer a terapia para se manter saudável. É como na academia. É preciso malhar para ter saúde”, acrescenta Damasceno.
Preocupações financeiras podem aumentar problema
Muito se falou em como a crise provocada pela Covid-19 afetou a saúde mental. A verdade é que a situação financeira também é um termômetro para o bem-estar da própria mente. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), 79% do total de famílias brasileiras relataram ter dívidas a vencer.
Preocupação financeira
Dívidas e contas atrasadas podem levar a problemas como a ansiedade e a depressão, fatores de risco para o suicídio. “O stress em razão da preocupação financeira é um fator importante. Isso pode ser um obstáculo que pode afetar a saúde mental”, avalia a psicóloga Denisdéia Sotero.
O descontrole financeiro potencializado pela crise que afeta todo o mundo pode prejudicar o paciente.
“Dívidas causam angústias. A pessoa se sente menos capaz por não conseguir arcar com as próprias despesas. Quando a família está no contexto pode ser ainda mais doloroso. Ver o filho pedir algo que não dá para comprar, por exemplo”, acrescenta.
Mesmo em contato com as dificuldades, é de extrema importância que o indivíduo busque ajuda de um profissional. “É preciso evitar situações que causam sofrimento, além de manter uma rotina diária de atividades prazerosas, mantendo contato social, amigos e familiares. Evitar o isolamento ajuda muito”, finaliza a psicóloga.