Idosa morre de infarto em Hospital Regional de Valença, do Governo do Piauí, sem médico para socorrê-la
Efrém Ribeiro
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A aposentada Cira Alves de Vasconcelos, de 91 anos, morreu, na madrugada de sábado (6), de infarto no Hospital Regional Eustáquio Portela, do Governo no Piauí, no município de Valença do Piauí (215 km de Teresina) com fortes dores e vômitos, mas sem a assistência de médicos do estabelecimento hospitalar, segundo a agricultora Vanusa Ferreira da Silva, que estava acompanhando a mãe, aposentada Maria Rosa Rodrigues da Silva, de 87 anos, que estava na mesma enfermaria em que a mulher, do município de Aroazes, morreu.
“Minha mãe está internada no hospital há seis dias com um tumor na axila e o médico não apareceu nem ontem nem hoje para dizer como está seu estado de saúde ou se pode ser liberada. Na mesma enfermaria, uma mulher que veio com muitas dores do município de Aroazes,onde já tinha sido internada. Ela estava com muito cansaço e vomitando e morreu no mesmo quarto onde estava minha mãe. A gente teve que chamar a enfermeira para dizer que ela tinha morrido porque não tinha médico. A neta dela perguntou para o médico porque ele não estava lá e ele disse que estava no Pronto Socorro”, afirmou Vanusa Ferreira da Silva.
O técnico de Tanatopraxia da funerária Pax União, Antônio Vieira, disse que o atestado de óbito de Cira Alves de Vasconcelos emitido pelo Hospital Regional Eustáquio Portela registrou que a causa de sua morte foi um infarto e o corpo seria levado para Aroazes, onde residia.
“É um absurdo que o hospital fique um dia sem médico. A gente quer saber como está a situação de minha mãe para saber se ficará internada ou receberá alta”, reclamou o agricultor aposentado Francisco Ferreira da Silva, filho da aposentada Maria Rosa Rodrigues da Silva, que está internada há seis dias com um tumor na axila.
No sábado (6), o Hospital Regional Eustáquio Portela estava com o aparelho de raio-X quebrado.
“Ou o raio-X está quebrado ou o exame não tem qualidade. Temos que fazer exame raio-X particular. Lá em casa três pessoas sofreram acidentes com motocicletas, um deles que ser levado para Teresina para fazer cirurgia, eu tive os dedos quebrados, preciso eles porque sou músico, tive que pagar o exame de raio-X e estou há um ano para que o Hospital Regional Eustáquio Portela faça a cirurgia, mesma situação de meu irmão que teve os dedos quebrados e está esperando há um ano por cirurgia no mesmo hospital”, declarou o músico Michael Douglas, o Michael Percussa.
A diarista Ana Cristina disse que sua sobrinha Karen Santana, de 19 anos, foi internada com uma fratura na perna esquerda, que sofreu a cair de uma motocicleta, está internada do Hospital Regional Eustáquio Portela, mas deve ser transferida em uma ambulância para Teresina por falta de aparelho de raio-X no estabelecimento hospitalar de Valença do Piauí.
“O hospital está sem ambulância porque todas levaram pacientes para serem atendidos em Teresina” , declarou Ana Cristina.
“Este hospital deveria ter um aparelho de raio-X. Isso é muito ruim”, falou a jogadora de futebol Elisângela Silva e Silva, que estava com a perna inchada após dividida de bola em jogo no município de Pimenteiras, mas não pode fazer o exame de raio-X.
O Hospital Regional Eustáquio Portela de Valença do Piauí atende aos municípios do Vale do Sambito, que tem uma população de 113 mil habitantes, que não encontraram médicos e condições de cirurgias em seus municípios e são transportados em ambulâncias, o que é chamado no Piauí de ambulânciaterapia.
O agricultor Antônio Francisco, de 75 anos, foi levado para o Hospital Regional Eustáquio Portela com o corte de um dedo em uma ambulância de Lagoa do Sítio porque não tem atendimento médico na Unidade Básica de Saúde no município durante o sábado.
“Não tem médicos no município”, falou Antônio Francisco.
O aposentado José Oliveira de Carvalho, de 67 anos, falou que em seu município, Elesbão Veloso, tem um hospital do Governo do Piauí, mas não tem condições de fazer cirurgia de hérnia e teve que ser transferido para o Hospital Regional Eustáquio Portela.
A Direção do Hospital Regional Eustáquio Portela chamou a Polícia Militar (PM) para fazer Comunicação Policial para retirar os repórteres da TV Piauí da frente do estacionamento hospital.
O comandante da viatura da PM de Valença do Piauí, subtenente Lima, disse que ficaria no hospital enquanto a equipe da TV Piauí ficasse no local porque tinha sido chamado pela direção do hospital e queria evitar conflitos.
O subtenente Lima estava acompanhado de outro policial militar. Ele exigiu que o repórter Efrém Ribeiro apresentasse documentação para registro de Comunicação Policial.
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