Uma das maneiras de identificar pessoas com suspeita de depressão é com base no comportamento, na variação de humor e até mesmo uso de substâncias prejudiciais a saúde
A saúde mental é um termo usado para descrever um nível de qualidade de vida cognitiva, emocional e/ou a ausência de uma doença mental, de acordo com os dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão atinge cerca de 10% da população de todo o mundo e vêm aumentando a cada ano.
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De acordo com a Gerente de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi), Virgínia Pinheiro, uma das maneiras de identificar pessoas com suspeita de depressão é com base no comportamento do mesmo, na variação de humor e até mesmo uso de substâncias como o álcool e drogas.
“A depressão é identificada comumente com as mudanças nos padrões de comportamento da pessoa. Sintomas como irritabilidade, humor deprimido, padrões de sono e apetite alterados, dificuldades de memorização e concentração, falta de interesse por atividades que antes eram prazerosas, pensamentos de menos valia, medos disfuncionais, falas que denotam desesperança, uso abusivo de álcool e outras drogas, bem como comportamentos que denotam instabilidade emocional e sofrimento psíquico significativo”, disse a Gerente.
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É valido ressaltar que cada pessoa possui um quadro de depressão único, e a doença precisa ser trada, julgamentos de pessoas próximas ou até mesmo indivíduos que não fazem parte do convívio podem piorar s situação que uma pessoa depressiva se encontra. Uma das formas de ajudar é dando uma rede de apoio emocional e buscar pessoas ou instituições que sejam especializadas no assunto da saúde mental.
“Oferecer apoio emocional, fortalecer a rede de apoio da pessoa ( familiares e amigos), buscar ajuda especializada para acompanhamento sistemático. Não ter medo de falar sobre o assunto, evitar julgamentos, aproximar-se de forma empática e oferecer ajuda, buscar um profissional especializado”, informou Virgínia.
A psicóloga Edkamila Sobrinho, informa quatro pontos importantes a serem observados e seguidos pelos amigos, familiares e a sociedade como um todo para que seja evitado o agravamento de doenças mentais. Confira:
- 1. ESCUTAR, quem está em sofrimento em alguns momentos vai querer falar, colocar para fora o que vem sentindo ou passando, então escute, deixe a pessoa falar, ela precisa falar!
- 2. ACOLHER, você não precisa falar alguma coisa, dar exemplo de quem já teve algum problema ou de si mesmo, você pode somente ouvir o outro. Ele não quer saber da sua opinião, ele quer se sentir acolhido, ter com quem falar sem críticas ou julgamentos.
- 3. MOSTRE que essa pessoa é importante para você. Uma simples mensagem faz diferença (bom dia, como você está? Lembrei de você, Estou por aqui se precisar), passa a informação que você se importa com o outro.
- 4. VAMOS PROCURAR AJUDA? Sempre que a nossa saúde física não vai bem procuramos o médico, com a saúde mental é do mesmo jeito. Um profissional vai orientar de forma adequada, ir ao psicólogo ou psiquiatra não quer dizer que você esteja doido, apenas significa que está com sintomas emocionais e precisa de um profissional capacitado para lhe ajudar. Sua saúde mental é importante!

PANDEMIA
Estudos da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/2021) apontam que a pandemia de Covid-19 tem causado um efeito devastador sobre a saúde mental e bem-estar das populações das Américas. Segundo o Secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto, os efeitos causados nas pessoas que sofreram com a doença sejam a longo prazo.
“A Pesquisa aponta que mais de quatro em cada 10 brasileiros pesquisados apresentaram problemas de ansiedade. Os dados sugerem que um terço das pessoas que sofreram com COVID-19, foram diagnosticadas com transtorno neurológico ou mental, com previsão de que os efeitos mais importantes da Covid-19 a longo prazo sejam também na saúde mental”, apontou o secretário.
Pessoas que se recuperaram da covid-19 têm probabilidade significativamente maior (60%) de sofrer problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, segundo estudos publicados pela revista científica British Medical Journal (BMJ).
Os dados revelam que, em comparação com grupos de controle sem qualquer infecção, as pessoas que tiveram covid-19 foram 35% mais propensas a ter transtornos de ansiedade e quase 40% a sofrer de depressão ou transtornos relacionados ao humor e ao stress, que podem afetar o comportamento e as emoções.
Na vida das mulheres, situações que já eram desgastantes mentalmente foram potencializadas, aumentando o adoecimento mental, é o que revela o levantamento feito pelo Observatório Mulher Teresina, vinculado à Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SMPM) em 2021.
Nas tentativas de suicídio, as mulheres apresentam os maiores percentuais nos dois primeiros anos de pandemia, ocorrendo também um pequeno aumento em 2020. Enquanto nas tentativas de 2019, elas representavam 69%, o percentual foi de 70% em 2020.
PROJETO MINUTOS PELA VIDA
O projeto iniciou seu funcionamento e atendimento no dia 16 de fevereiro de 2022 e leva para a sociedade um serviço de atendimento psicológico que trabalha a melhoria da saúde mental da população adulta e idosa do estado. É um serviço de atendimento gratuito que funciona de segunda a sexta-feira nos horários de 8h às 12h e de 13h às 17h.
O atendimento com o profissional qualificado será realizado através do telefone 0800 280 2882.

PROVIDA
Atendimento é realizado a pessoas com idade superior a 12 anos e que se encontram em crise, com intenso episódio de ideação suicida acompanhado de desejo suicida, episódio de tentativa ou outros comportamentos relevantes ao suicídio.
A modalidade de tratamento adotada pelo Providaé o de psicoterapia de crise, que consiste numa intervenção emergencial de curto prazo. com duração média de seis a oito semanas. O objetivo é reduzir a perturbação mental e, consequentemente, o risco de suicídio, requerendo um atendimento especializado.
