O Ministério Público do Trabalho do Piauí (MPT-PI) divulgou nesta terça-feira (05) os resultados da “Operação de Resgate III” realizada em agosto, visando fiscalizar casos de exploração de mão de obra humana. Durante a operação, foram feitas apreensões em três cidades na região norte do estado, próximas ao litoral piauiense: Cajueiro da Praia, Paranaíba, Batalha e Piripiri. No total, 42 trabalhadores foram resgatados, envolvidos na extração de palha de carnaúba e pedreira.
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Trinta dos 42 resgatados estavam em Cajueiro da Praia e eram provenientes do Ceará. O Procurador do Trabalho, José Wellington Soares, relata que esses trabalhadores enfrentavam condições precárias, com ausência de alojamentos adequados para descanso, refeições e necessidades fisiológicas. Dormiam em colchões no chão, cozinhavam em fogões de barro e tinham uma dieta restrita.
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Em Batalha, o grupo resgatado estava envolvido na limpeza de um tamanduá morto para consumo. “Os trabalhadores, por vezes, se alojam debaixo de árvores, casebres no meio do mato e consomem alimentação preparada sem nenhuma higiene. Esse quadro é totalmente contrário às leis trabalhistas e aos direitos sociais que defendemos,” destaca o Procurador.
Em 2022, o MPT-PI resgatou 180 trabalhadores em situação análoga à de escravo.
A operação
A operação de resgate foi realizada a nível nacional; Em 22 unidades da Federação e no Distrito Federal e resgatou ao todo 532 trabalhadores em situação de trabalho irregular em todo país. No Piauí, seis termos de ajuste de conduta foram assinados, os empregados receberam suas verbas rescisórias. Além do pagamento de R$71.941 em indenização por danos morais individuais e R$100 mil por danos morais coletivos. Neste ano, já foram registrados 125 resgates de trabalhadores em situação análoga à de escravo.
*Bruna Raryana é estagiária sob supervisão do jornalista Arnaldo Silva