Uma estudante do curso de Direito identificada como Victória Soares, de 23 anos, fez uma denúncia de agressão contra o namorado, identificado como Matheus Vitor. As agressões aconteceram no apartamento da jovem, localizado no bairro São João, zona leste de Teresina. A relação dos dois já durava sete meses. Em abril deste ano a jovem registrou um boletim de ocorrência e na noite de ontem, outro boletim foi registrado, por conta das agressões.
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Em relato ao repórter Kilson Dione, do Bom dia Meio Norte, Victória contou como era o relacionamento com o namorado, falou sobre o forte ciúmes que ele sentia e que tentava se apegar nos momentos bons e que romantizou os sinais de abuso.
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“No início eu romantizei os sinais, eu pensei que era amor, não, ele é ciumento, ele meche no meu celular escondido, colocou um localizador no meu celular, ele se trancava no meu quarto com meu celular e me deixava do lado de fora, e eu pensava, não, é porque ele tá gostando, né. Era uma pessoa fofa comigo e às vezes que ele me tratava mal eu tentava me apegar nos momentos fofos, só que foram piorando, teve um aniversário, que ele me tirou à força do local às pressas e eu puxei minha amiga para dentro do veículo, ele me agrediu dentro do veículo, em menos de um mês eu fui agredida duas vezes e hoje eu pensei que fosse morrer, ele derrubou a porta do meu apartamento, então hoje eu percebi que não é amor, isso é doentio, mas antes eu ficava pensando que era só um ciúme e eu via ele como uma pessoa perfeita”, disse a estudante. Veja abaixo no vídeo, todo o relato da jovem.
Victória disse ainda que já tinha solicitado à Justiça uma medida protetiva contra o namorado por conta das agressões e que chegou a desistir de uma dessas medidas.
“Cheguei a pedir, sim, e quando eu recebi a medida, eu fui embora para a minha cidade, para a casa do meu pai, e lá eu passei uma semana e ele chegou lá com dois seguranças, um era funcionário dele e o outro um policial que eu não conheço, pra conversar comigo, chegou lá para intimidar meu pai, e meu pai falou que não ia aceitar aquilo e que se ele quisesse conversar que falasse como uma pessoa descente. Aí ele retornou no dia seguinte, ele não veio só, trouxe mais uma pessoa, e meu pai falou, tá de molecagem, se tu quiser conversar vai ser eu e você, como dois adultos e eu por amar, voltei e ele ficou falando que tinha que tirar a medida para não prejudicar e assim eu fiz, ele me levou no tribunal para tirar a medida”, disse a jovem.
Sobre a agressão no apartamento, Victória disse que só teve tempo de entrar no apartamento e chegar no quarto quando o namorado arrebentou a porta.
“Eu estava na rua, ele me perseguiu no Uber, tentou me tirar do carro, quando cheguei no apartamento, foi só o tempo de fechar a porta e entrar no quarto, quando ele arrebentou a porta. Ele não queria conversa, ele está tão doente, que quando ele arrebentou a porta meu olho parecia um chuveiro jorrando sangue, eu pensei que tinha furado meu olho, porque eu não conseguia enxergar de tanto sangue e no meio disso, ele me arrastou pela cozinha e depois eu saí correndo pelo condomínio pedindo socorro”, relatou Victória.
Estudante de Direito denuncia que foi agredida por namorado em Teresina – Imagem: Reprodução/Redes Sociais
A jovem falou ainda que ao sair do apartamento correndo, se jogou para dentro do carro de um vizinho para sair de lá, mas o namorado foi atrás, pegou seu carro e bateu no veículo do vizinho e depois fugiu.
“O meu vizinho estava entrando, eu me joguei no carro dele, pedindo socorro, entrei no carro e ele deu a volta para sair do condomínio e nisso o Matheus pegou o carro dele e começou a bater no carro do meu vizinho, ele amassou o carro todo para tentar ir embora, ele é uma pessoa que está completamente fora de si e eu não aguento mais, eu morro de medo”, disse.
Durante o programa Bom Dia Meio Norte, o Delegado-Geral Luccy Keiko relatou que, desde ontem adotou todas as providências pelo Departamento da Mulher. Foi informado também, durante o programa, que a jovem relatou que ele teria feito três disparos de arma de fogo e que essa arma seria do pai.
“Eu vi no boletim de ocorrência ela falando que ele estava com uma arma, que estava andando armado e nós vamos averiguar se ele tem essa arma, se tem registro, ou se eventualmente e pode ter se apropriado da arma do pai que é policial. Mas tudo isso será devidamente esclarecido, nós vamos investigar à exaustão. As mulheres tem que cada vez mais denunciar esses casos”, disse o delegado.