Buscamos a comprovação, através da ciência e de relatos pessoas, dos motivos que tornam Teresina uma cidade considerada acolhedora e que trata bem os imigrantes
Nesta terça-feira (16/08), Teresina comemora 170 anos desde que foi fundada em 1852. Da Vila Nova do Poti, com projeto de criação inovador, elaborado por José Antônio Saraiva – o Conselheiro Saraiva, até os dias atuais, Teresina passou por diversas mudanças nos mais diversos âmbitos sociais, no entanto, o seu povo segue com o título de povo acolhedor.
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E aqui não falamos apenas pela percepção natural. Existe até artigo cientifico (!!!) comprovando que a cidade tem por característica tratar bem àqueles que chegam para passear, estudar e trabalhar na capital.
O artigo referido foi escrito por Marsone Araújo Cunha (Mestre em Geografia pela UFPI e Especialista em História Cultural pela UFPI), e Carlos Sait Pereira de Andrade (Doutor em Geografia e Docente dos cursos de graduação e pós-graduação da UFPI), em maio de 2016, e publicada pela Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Piauí.
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“Em relação às condições de constituição da cidade como lugar podemos afirmar, portanto, que a cidade carrega em si as maneiras desses grupos que se instalaram nos seus espaços da cidade, constituindo os lugares, e que intencionalmente adquirem a capacidade de acolher que vem de fora, uma tentativa de apresentar a cidade como lugar, procurando aclamar as características climáticas ou diminui-las como forma estratégica de agregação de valores sociais e constituição de grupos e da formação de lugares para representar a cidade como o lugar em que moram”, escrevem na publicação Teresina, uma cidade quente e acolhedora.
O QUE DIZEM OS “IMIGRANTES”?
Mas caso a descrição acadêmica e cientifica da cidade não tenha sido suficiente, buscamos então a comprovação com àqueles que sentem na pele o calor humano (e do ambiente, óbvio) de Teresina.
Marcos Antônio Alves da Silva, de 51 anos, reside atualmente no bairro Saci, zona Sul de Teresina, mas é natural de Amarante, cidade a 161km da capital. Marcos conta que, quando chegou à cidade, se impressionou com os prédios e com o trânsito, mas também com o povo.
“Vim estudar e servir o exército. Logo notei a diferença nos prédios, no trânsito… minha chegada foi complicada, pois não tive apoio familiar. Sair da cidade pequena para uma capital não é fácil. Mas foi uma receptividade ótima, muito acolhedora. Até hoje tenho amigos daquele tempo”, contou.
Natura de Marcolândia, a 419 km de Teresina, Maria Cecília Matos conta que chegou à capital para estudar e destacou as oportunidades que a cidade dá para o crescimento profissional.
“Meu principal motivo de mudar de Marcolândia para Teresina foi a questão do estudo. Por aqui, o que eu mais senti diferente foi o leque de oportunidades que Teresina oferece por ser uma capital. Antes de morar em Teresina eu já havia me mudado para Picos onde passei quatro anos tentando ser reconhecida na minha área e nunca tinha conseguido, por ser uma cidade menor também. Já Teresina, apesar de ter dificuldade, abrange todo mundo. Foi o diferencial que eu vi, pelo menos na minha área”, relatou.
As comunidades do interior fazem tanta parte da sociedade de Teresina que, inclusive, se unem para viver na capital. Clara Luiza Moraes, que tem 20 anos e nasceu em Amarante, conta que as dificuldades de uma mudança brusca de vida foram superadas com o apoio de outros “imigrantes”.
“A minha chegada em Teresina foi bem conturbada. Não foi fácil porque foi uma mudança muito brusca você sair de uma cidade pequena, que você tem a casa dos seus pais, para ir para a cidade grande, assumir responsabilidades… Na primeira semana foi bem complicado, mas eu fui muito bem acolhida. O pessoal do meu condomínio, que também vem de outras cidades, a gente meio que forma uma família, todo mundo vai se ajudando”
via Portal OitoMeia