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Porto de Luís Correia, totalmente depreciado, após elevado volume de investimentos e muita corrupção
O colaborador Anderson Castelo Branco, no caso do porto de Luís Correia, em determinado trecho de seu depoimento, fala sobre as construtoras que atuavam na Secretaria de Transportes à época de Luciano Paes Landim, Alexandre Nogueira e Norma Sales, o que teria ocorrido no segundo governo de Wellington Dias.
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Ele afirma que “à época, existiam vários construtores, que construíam muito para lá… a Concrete, Hidros, Jurema, Construtora Jurema era uma que tinha vários contratos lá.”
Especificamente sobre a questão do porto, ele conta que manteve diálogo com o empresário e engenheiro Heitor Gil Castelo Branco em residência do mesmo na Praia do Coqueiro, em Luís Correia, no qual se tratou sobre suposta destinação de propina tanto para Anderson Castelo Brnaco quanto para o então superintendente da Setrans/PI, que seria Marlus Fernando de Brito Melo.
COLABORADOR: A época, existiam vários construtores, que construíam muito para lá… a Concrete, Hidros, Jurema, Construtora Jurema era uma que tinha vários contratos lá.
JUIZ: E referente a obra do porto?
COLABORADOR: A obra do porto, o único que falou diretamente para mim, o construtor, foi o Heitor Gil na sua casa aqui no Coqueiro, quando foi conversar sobre uma glosa de uma aba de uma demolição, que aba salvo engano era para demolir 50 e foi demolido 1 m, e que esses 50 cm aí seria feita uma triangulação entre o Superintendente e eu.
(Trecho de de 31min20seg a 36min13seg do arquivo 04.44.43.320000.wmv da pasta 05.10 em mídia de fl. 2011).
Relato do magistrado: “Posteriormente, relata que, verificando os arquivos constantes no computador da Superintendência de Obras, encontrou, entre os arquivos do ex-superintendente, isto é, do réu MARLUS FERNANDO DE BRITO MELO, uma planilha contendo esses percentuais indicados por ALEXANDRE DE CASTRO.”
_Confira abaixo
Procurador da República: No interrogatório anterior, o senhor informou que, quando assumiu a superintendência, o senhor encontrou uma planilha.
Colaborador: No computador do Marlus.
Procurador da República: No computador do Marlus …?
Colaborador: No computador do Marlus, referentes aos contratos, em específico, na maioria deles do JJ, que era um construtor que lá tinha.
Procurador da República: Pronto esse é ponto que eu queria que o senhor desse uma atenção… queria que o senhor explicasse com maior riqueza de detalhes possíveis sobre isso?
Colaborador: E ela foi interessante porque os percentuais bateram, tinha de um lado as medições e o valor de 1%, e o valor lá aplicado o somatório.
Procurador da República: Tá certo, como se deu isso? O senhor chegou… como o senhor teve acesso ao computador dele?
Colaborador: Eu fui ser superintendente, então quando ele saiu a sala ficou. Foi então quando a gente teve acesso a isso, quando eu tivesse acesso a parte todos os estudos da obra do porto, foi quando eu solicitei que quem tinha feito o licenciamento ambiental comparecesse lá e que ele andou uma vez e eu pedi para ele cópias do estudo, ele andou só essa única vez e nuca mais nem foi e nem me atendeu, foi quando eu tive acesso. Então tinha o computador, ligava, mexia.
Procurador da República? Tá certo, o senhor ligou o computador e viu essa planilha lá?
No destaque, suposto pagamento de propina ao então governador Wellington Dias. Petistas dizem que não viram na sentença divulgada pelo TRNOTÍCIA nenhuma vez o nome do governador. De fato, ele não citou Wellington Dias. Ele citou “o governador”. E o governador na época dos fatos era Wellington Dias. Daí se concluir que seria ele o beneficiário de propina de 5% dos valores desviados, no montante de R$ 5,4 milhões, em média.
_Confira trecho da delação que cita “o governador”:
“Foi quando ele falou dos percentuais que eu ouvi da boca dele esses percentuais, que já tinha ouvido falar de corredores, de construtores, mas nunca da boca dele que o percentual de 1% das medições que eram do superintendente iram ser repassados para diretor dos transportes modais e que não deixasse isso acontecer, porque era do superintendente, esse percentual de 1%, o percentual de 2% era do secretário e que 5% era destinado ao governado, e isso ai eu não sei em quais vias para quem era destinado, tá? E eu falei que eu não queria saber para onde iam esses percentuais e pouco me importava.”
(Trecho de de 31min20seg a 34min03seg do arquivo 04.44.43.320000.wmv da pasta 05.10 em mídia de fl. 2011).
A sentença do juiz federal FLÁVIO EDIANO HISSA MAIA data de 1° de julho do ano em curso e tem 171 páginas. (Toni Rodrigues)