Polícia Militar possui mais de 3 mil comissionados que representam gastos de R$ 9,9 milhões
A Polícia Militar do Piauí conta atualmente com um efetivo de 5.669 integrantes. Um levantamento realizado por nossa reportagem indica que os gastos do governo com os salários da corporação totalizam valores de R$ 3,914 milhões.
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Enquanto isso, a mesma PM/PI acomoda 3.117 comissionados. Os gastos salariais com este segmento somam R$ 9,942 milhões. O que se gasta a mais com o pagamento de comissionados representa R$ 6,028 milhões.
Os integrantes efetivos da Polícia Militar representam apenas 39,36% do que é pago aos comissionados. Não espanta que os indicadores da violência e do crime tenham aumentado tanto nos últimos anos.
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Pode-se dizer, igualmente, que os gastos com os comissionados superam em 60,64% os valores pagos aos efetivos da segurança pública piauiense.
O Piauí registrou aumento de crimes violentos em 2021. Segundo dados da Secretaria de Segurança, 348 pessoas foram vítimas de crimes violentos durante os seis primeiros meses de 2021 no Piauí.
O estado foi um dos seis que tiveram altas em assassinatos neste ano, em comparação ao mesmo período em 2020. Os dados do segundo semestre ainda serão divulgados.
Em janeiro de 2021, foram registrados 56 homicídios, 52 em fevereiro, 43 em março, 68 em abril, 71 em maio e 58 em junho. O número total de assassinatos no primeiro semestre de 2020 foi de 321.
Nosso levantamento indica ainda que existem muito mais caciques do que índios na taba da segurança pública piauiense. São nada menos que 2.037 cabos contra 1.139 soldados.
Conta ainda com 305 membros no cargo de 1° sargento; 524 como 2° sargento; 724 na condição de 3° sargento; 101 subtenentes. O total é de 1.654 oficiais.
Além disso, o estado possui hoje 10.052 prestadores de serviços, que consomem mensalmente recursos da ordem de R$ 16,009 milhões.
Um delegado de polícia nos relatou que num único dia, em Teresina, foram registrados mais de 150 assaltos. As forças de segurança, na condição que enfrentam hoje, não têm como reagir. O cidadão está visivelmente desamparado.
A autoridade policial nos pede o sigilo do nome para evitar represálias do governo. Segundo ele, a leitura dos números é “maquiada” e quem ousa “remar contra a corrente” paga as consequências, imediatamente. Citou o caso recente de delegados que investigaram elementos ligados ao governo na região litorânea e que pediram para sair mediante impacto de pressões. (Toni Rodrigues)