A História de União é rica em episódios marcantes, porém, pouco conhecidos da maioria. É o caso, por exemplo, do sequestro de uma jovem filha de um rico fazendeiro, que habitava a localidade Santiago. Era época da Guerra dos Balaios (Balaiada). Acredita-se que o fazendeiro auxiliava as tropas rebeldes; em represália, as forças legalistas determinaram o sequestro da filha do fazendeiro (talvez como estratégia, plano era culpar os rebeldes pelo sequestro).
A equipe Piquete Explorador do Estanhado, esteve na trilha da historia no dia 17/08 colheu alguns dados, que serão compartilhados em parte (a história completa estará no documentário – União, 165 anos, a história recontada).
Albina era uma jovem muito formosa e também, muito esperta. Ao ser sequestrada, a jovem conseguiu uma forma de se desvencilhar das garras da patrulha e se embrenhar nas densas matas da região. Ao fugir das tropas, a jovem Albina encontra abrigo nas fendas de um rochedo, onde havia ali, um olho d’agua que ficava não muito distante das moradias da região do Mussum. Muito astuta, a jovem Albina conseguia adentrar as residências sem ser vista, de onde tirava a alimentação que garantia sua sobrevivência nas matas.
Com o passar do tempo, talvez por uma distração, Albina foi vista por um morador da região. Ao descobrir aquela figura no meio da mata, o morador avisou ao policiamento que vivia na região. Segundo relatos, um soldado seguiu o rumo apresentado pelo o morador até encontrar com Albina, que indefesa nada pode fazer; a jovem foi atingida por um disparo na altura dos seios. O tiro não foi suficiente para tirar-lhe a vida. Albina consegue correr pelas matas. Pouco tempo depois, o policial consegue encontra-la novamente. Albina estava fazendo curativos com raspa de ameixa, fraca por conta dos ferimentos, ela não consegue fugir e mais uma vez é alvejada por tiro e tomba desfalecida.
Os vestígios dessa história estão na localidade Angico Branco nas proximidades da localidade Mussum. Albina foi enterrada no local onde foi abatida. Seu túmulo escavado num terreno pedregoso resistiu ao tempo e está lá para quem quiser vê! Aliás, o túmulo de Albina parece ser bastante visitado. Restos de velas e até garrafas com água são deixados no local, são indicativos de que o local é bastante visitado, apesar do difícil acesso.
Ainda de acordo com os relatos, o sequestro de Albina ocorreu já no fim da Balaiada. Quando ela foi morta, a guerra já havia terminado. O assassinato de Albina pode ter sido uma queima de arquivo. É possível também que a jovem não tenha procurado voltar para a casa de seu pai, temendo não encontrar ninguém, pois é provável que sua família tenha tido o seu mesmo destino. Conjecturas a parte, os vestígios de uma época sangrenta estão lá para contar um pouco da história. E principalmente, para quem gosta de contato com a natureza, a região é rica em formações geológicas diversas e áreas de mata bem preservadas. Palmilhar a trilha da Albina, é mergulhar um pouco na historia de União.